O tempo em que havia grande discrepância entre os gêneros no empreendedorismo parece está chegando ao fim. É o que revela o recente estudo do GEM – Global Entrepreneurship Monitor, conduzido por professores do Babson College. Segundo ele, a separação entre homens e mulheres vem diminuindo a passos largos pelo mundo, sobretudo no Brasil.
Donna Kelley, professora e coautora da pesquisa, comemora a contribuição global das mulheres para o aumento do bem-estar de suas sociedades por meio de uma atuação mais empreendedora, bem como na geração de empregos, produtos e serviços.
O estudo mostra que mais de 163 milhões de mulheres no mundo começaram a empreender, criando o próprio negócio. Foram pesquisados os cenários de 63 países entre os anos de 2015 e 2017 e se constatou que a atividade empreendedora cresceu 10% neste período. Além disso, a diferença entre os gêneros foi reduzida para 5%, de acordo com a média mundial.
Países como Brasil, México, Filipinas, Indonésia e Vietnã se destacaram no avanço da participação feminina, apresentando uma iniciativa empreendedora similar ou superior que os homens.
Entre os dados do relatório é válido ressaltar:
Quanto maior o grau de instrução/ educação das mulheres empreendedoras, mais sensível sua participação e maiores são as chances dos negócios dirigidos por elas de terem sucesso.
Nos países com economia menos desenvolvida, a quantidade de mulheres que afirmam ter a necessidade como principal motivo para empreender é 20% superior em relação a dos homens.
O percentual de mulheres que iniciam negócio inovadores é 5% superior ao de homens.
O cenário brasileiro
O Brasil também foi citado no estudo.
Aqui o maior número de empreendedoras têm idade entre 25 e 34 anos. Após essa idade há uma queda de acentuada para brusca na participação feminina.
25% do público feminino empreendedor está empreendendo na categoria auto-emprego.
Apenas 6% das mulheres empreendedoras possui nível superior de escolaridade.
Um dado preocupante diz respeito a ambição de crescimento quando comparados aos empreendedores do sexo masculino. enquanto em outros países da América Latina como Colômbia esse percentual é de 35%, no Brasil não passa de 2%, um dos mais baixos do mundo.